Amicacina como antibioticoterapia em cães
- Felipe Garofallo
- 11 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de fev.
A amicacina é um antibiótico aminoglicosídeo amplamente utilizado na medicina veterinária para tratar infecções bacterianas em cães.

Este medicamento é especialmente eficaz contra bactérias Gram-negativas e algumas Gram-positivas, o que o torna uma escolha valiosa em casos de infecções graves ou resistentes a outros antibióticos. No entanto, o uso de amicacina deve ser cuidadosamente monitorado devido ao seu potencial de toxicidade, particularmente em relação aos rins e ao sistema auditivo.
A administração de amicacina em cães é geralmente realizada por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. A dosagem precisa ser ajustada de acordo com o peso do animal e a gravidade da infecção. Em muitos casos, o tratamento começa com uma dose inicial alta, seguida de doses de manutenção mais baixas. Isso ajuda a atingir rapidamente níveis terapêuticos no sangue, combatendo eficazmente a infecção.
A farmacocinética da amicacina envolve uma rápida absorção e distribuição no organismo após a administração. O medicamento se liga minimamente às proteínas plasmáticas, o que permite sua ampla distribuição pelos tecidos corporais, incluindo os rins, onde pode exercer efeitos nefrotóxicos. A eliminação ocorre predominantemente através da filtração glomerular nos rins, o que requer atenção especial em animais com função renal comprometida. A meia-vida da amicacina é relativamente curta, o que pode demandar administrações frequentes para manter os níveis terapêuticos.
Devido à potencial nefrotoxicidade e ototoxicidade, é crucial monitorar a função renal e auditiva dos cães durante o tratamento com amicacina. Exames de sangue e urina regulares ajudam a avaliar a saúde renal, enquanto observações comportamentais podem indicar problemas auditivos. A hidratação adequada do animal é essencial para minimizar o risco de toxicidade renal, e ajustes na dosagem podem ser necessários para cães com insuficiência renal.
A eficácia da amicacina contra patógenos resistentes é um de seus maiores benefícios. Este antibiótico é frequentemente utilizado quando outros tratamentos falham, especialmente em infecções hospitalares ou adquiridas na comunidade que envolvem bactérias resistentes a múltiplos medicamentos. As infecções comuns tratadas com amicacina incluem infecções do trato urinário, infecções respiratórias, infecções de pele e tecidos moles, e infecções ósseas e articulares.
Embora a amicacina seja uma ferramenta poderosa na luta contra infecções bacterianas em cães, seu uso indiscriminado pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana. Portanto, é imperativo que o uso de amicacina seja baseado em cultura bacteriana e testes de sensibilidade sempre que possível. O tratamento empírico deve ser reservado para situações em que o atraso no início da antibioticoterapia possa ser prejudicial ao animal.
Em conclusão, a amicacina é um antibiótico essencial na medicina veterinária, especialmente para tratar infecções bacterianas graves em cães. Seu uso requer monitoramento cuidadoso devido ao potencial de toxicidade renal e auditiva, e deve ser baseado em testes de sensibilidade bacteriana para evitar a resistência antimicrobiana. A administração adequada e o monitoramento contínuo garantem a eficácia do tratamento e a segurança do paciente.
Referências bibliográficas
1. Boothe, D. M. (2012). Antimicrobial therapy in veterinary medicine. Blackwell Publishing.
2. Plumb, D. C. (2018). Plumb's Veterinary Drug Handbook. Wiley-Blackwell.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.