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A ruptura do ligamento cruzado cranial
Entre as lesões mais comuns do membro pélvico do cão, está a ruptura do ligamento cruzado cranial, atualmente mais conhecida como insuficiência do ligamento cruzado cranial.
Quando o ligamento está nessas condições, o cão claudica (manca), uma vez que a articulação torna-se instável e a tíbia desliza cranial em relação fêmur e realiza uma rotação interna excessiva.
Muitos cães com ruptura de ligamento apresentam impotência funcional do membro, pisam em "pinça" ou "andam em ovos".
Como diagnosticar
O diagnóstico da ruptura de ligamento cruzado cranial pode ser realizado pelo teste de gaveta cranial (clique aqui e confira nosso artigo sobre o tema) ou pelo teste de compressão tibial. Em alguns casos, também é possível obter o diagnóstico radiográfico, no qual a tíbia apresenta deslocamento excessivo em relação ao fêmur.
Nesses casos, a estabilização cirúrgica da articulação do joelho é necessária para retornar o membro à função, reduzindo assim a dor, desconforto e reduzindo a evolução do processo degenerativo da articulação.
A técnica de TPLO
Existem inúmeras técnicas para a estabilização da articulação, entretanto, hoje falaremos sobre um pouco sobre a TPLO.
De uma forma simplificada, a TPLO muda o ângulo da tíbia em relação ao fêmur. O objetivo da cirurgia é reduzir o deslocamento cranial da tíbia durante o andar do cão.
Para a cirurgia de TPLO, é feito um cálculo prévio do ângulo do platô tibial através da avaliação radiográfica em um posicionamento adequado.
Após a osteotomia (corte semicircular do osso), giro e fixação da placa na nova posição, esse permanecerá em uma nova angulação, que deverá ser em torno de 5 graus.
Confira no vídeo abaixo uma cirurgia animada de TPLO.
O realinhamento das superfícies ósseas ajuda a fornecer estabilidade durante o andar do cão, reduzindo assim a inflamação articular e um processo precoce de artrose, que ocorrerá cedo sem nenhum tipo de cirurgia.
Complicações
Entre as possíveis complicações da TPLO, estão: infecção, fraturas por avulsão da tuberosidade da tíbia, falha do implante e não união óssea. Embora essas complicações sejam possíveis e descritas, as taxas de complicação são baixas.
Recuperação e pós-operatório
Depois da cirurgia, o controle de dor (analgesia) e a administração dos medicamentos é fundamental para uma boa recuperação, assim como o repouso (restrição de espaço e de exercícios físicos) por parte do tutor. A fisioterapia no período pós-operatório permite ao cão uma recuperação mais rápida.
Radiografias serão realizadas para avaliar a cicatrização/consolidação óssea na nova posição durante o período pós-operatório. Após o procedimento, os cães tendem a ter um retorno precoce da função do membro.
Cerca de 24 horas após a cirurgia, metade dos pacientes começa a apoiar o membro que antes não utilizava. Além disso, após 6 meses de cirurgia, a maioria dos cães consegue retornar a atividade física normal.
Referências bibliográficas
Lee, Jae & Kim, Joong-Hyun & Lee, Won-Guk & Han, Tae & Cho, Kirae & Han, Hyun-Jung & Kang, Seong & Kim, Gonhyung & Choi, Sang-Hoon. (2007). Scintigraphic evaluation of TPLO and CTWO in canine osteoarthritis. In vivo (Athens, Greece). 21. 855-9.
Palmer, Ross. (2005). Understanding tibial plateau leveling osteotomies in dogs. Veterinary Medicine -Bonner Springs then Edwardsville-. 100. 426-+.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.