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Foto do escritorFelipe Garofallo

Como identificar sinais de artrite em cães

Identificar sinais de artrite em cães pode ser um desafio, especialmente porque nossos amigos caninos são mestres em mascarar a dor. No entanto, há vários sinais e mudanças comportamentais que podem indicar a presença dessa condição debilitante. A artrite é uma doença inflamatória das articulações que pode causar desconforto e dor ao seu cão, afetando sua qualidade de vida. É mais comum em cães idosos, mas pode ocorrer em qualquer fase da vida, especialmente se houver predisposição genética ou histórico de lesões articulares.



Um dos primeiros sinais de artrite é a mudança no nível de atividade do cão. Cães que anteriormente eram ativos e brincalhões podem começar a se tornar mais relutantes em se mover, subir escadas ou até mesmo em brincar. Eles podem preferir descansar mais, evitando atividades que anteriormente adoravam. A dificuldade em levantar-se depois de estar deitado por um tempo também é um indicador comum. Você pode notar que seu cão hesita ou demora mais para se levantar, especialmente de manhã ou após longos períodos de descanso.


Outro sinal a observar é a claudicação, ou seja, o mancar. Este pode ser intermitente, variando de leve a severo, dependendo da gravidade da artrite e da atividade física recente. A claudicação pode ser mais evidente após exercícios ou após o cão permanecer em repouso por algum tempo. Em casos mais avançados, pode-se observar que o cão está evitando apoiar peso em uma perna ou articulação específica.


Além disso, a postura do cão pode mudar. Cães com artrite tendem a adotar uma postura mais rígida ou encurvada para aliviar a pressão sobre as articulações doloridas. Alguns cães podem desenvolver uma inclinação na coluna ou arrastar as patas traseiras devido à dor nas articulações da coluna ou quadris. Você também pode notar uma diminuição na massa muscular, especialmente nas patas traseiras, pois a dor pode fazer com que o cão evite usar os músculos dessas áreas.


Alterações de comportamento também são comuns. Um cão com dor de artrite pode se tornar mais irritável ou ansioso. Eles podem começar a evitar o contato com pessoas ou outros animais, ou até mesmo demonstrar agressividade se alguém tentar tocar nas áreas doloridas. Em contraste, alguns cães podem procurar mais atenção e conforto, buscando proximidade com seus donos quando estão com dor.


Outro sinal importante é o lamber ou morder excessivo em uma área específica. Cães com artrite podem lamber ou morder as articulações doloridas na tentativa de aliviar o desconforto. Isso pode resultar em perda de pelo ou irritação na pele ao redor da área afetada. Em alguns casos, o cão pode começar a rosnar ou chorar quando a área dolorida é tocada.


Mudanças na rotina de sono também podem indicar artrite. Cães com dor nas articulações podem ter dificuldade em encontrar uma posição confortável para dormir ou podem acordar com mais frequência durante a noite. Você pode perceber que seu cão se move constantemente enquanto tenta se acomodar ou se levanta e deita várias vezes durante a noite.


O ganho ou perda de peso também pode ser um indicador indireto de artrite. Cães com dor podem reduzir sua atividade física, resultando em ganho de peso, o que pode agravar a condição. Por outro lado, a dor crônica pode levar à perda de apetite e subsequente perda de peso.


Identificar esses sinais precocemente é crucial para garantir que seu cão receba o tratamento adequado e continue a ter uma boa qualidade de vida. Se você notar algum desses sinais em seu cão, é importante consultá-lo com um veterinário o mais rápido possível. O tratamento da artrite pode incluir medicamentos, mudanças na dieta, controle de peso, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia. Com os cuidados adequados, muitos cães com artrite podem continuar a levar uma vida confortável e ativa.


Referências bibliográficas


1. Johnston, S. A., & Budsberg, S. C. (1997). Nonsteroidal anti-inflammatory drugs and chondroprotective agents in the treatment of osteoarthritis in dogs: a review. *Journal of the American Veterinary Medical Association*, 210(10), 1487-1492.


2. Innes, J. F., & Clegg, P. D. (2010). Comparative rheumatology: what can be learnt from naturally occurring musculoskeletal disorders in domestic animals? *Rheumatology*, 49(6), 1030-1039.

Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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