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Foto do escritorFelipe Garofallo

Cães escondem que estão com dor?

Atualizado: há 5 dias

Cães possuem uma habilidade instintiva de disfarçar a dor, um comportamento que pode ser surpreendente para muitos tutores. Essa característica remonta à sua ancestralidade selvagem, quando a demonstração de fraqueza poderia representar vulnerabilidade perante predadores ou outros membros do grupo. Embora os cães domesticados vivam em um ambiente seguro, o instinto de esconder sinais de dor persiste e pode dificultar a percepção de problemas de saúde por parte dos tutores.



A dor em cães nem sempre é evidente. Muitos sinais são sutis e facilmente confundidos com comportamentos normais ou alterações temporárias. Um cão que está sentindo dor pode evitar o contato físico, relutar em realizar atividades que antes eram prazerosas, como correr ou brincar, ou apresentar mudanças no apetite e nos padrões de sono. Em outros casos, sinais mais específicos, como mancar, vocalizar ou lamber insistentemente uma área do corpo, podem ser percebidos. Entretanto, esses sinais geralmente aparecem apenas quando a dor já é intensa ou crônica.


Além disso, a capacidade dos cães de esconder a dor está frequentemente associada à relação com seus tutores. Estudos mostram que cães desenvolvem laços emocionais profundos com os humanos e podem tentar minimizar a demonstração de dor para evitar preocupação ou proteger a estabilidade do ambiente familiar. Esse comportamento muitas vezes leva ao atraso no diagnóstico de condições médicas que, se tratadas precocemente, poderiam evitar complicações graves.


A avaliação veterinária é essencial para identificar sinais de dor que não são perceptíveis aos olhos dos tutores. O exame clínico detalhado, associado a ferramentas como a termografia, exames de imagem e avaliações comportamentais, permite detectar problemas de saúde mesmo em estágios iniciais.


Em casos de dor crônica, como em cães com osteoartrite ou hérnia de disco, é comum que os sinais se desenvolvam de forma lenta e sejam interpretados como "envelhecimento natural". No entanto, isso pode mascarar condições tratáveis que comprometem significativamente a qualidade de vida do animal. A educação do tutor desempenha um papel fundamental na identificação de sinais sutis de dor em seus cães.


É importante observar mudanças no comportamento habitual do animal, como menor interação social, posturas anormais ou até mesmo alterações na expressão facial. Algumas raças, como Labradores e Golden Retrievers, podem ser particularmente tolerantes à dor, dificultando ainda mais a detecção precoce de problemas.


Por fim, é essencial destacar que o manejo da dor em cães é um aspecto central da medicina veterinária moderna. Além de analgésicos e anti-inflamatórios, técnicas complementares, como a fisioterapia e a acupuntura, têm demonstrado eficácia na redução da dor e na melhoria da mobilidade. O objetivo principal é promover o bem-estar e proporcionar uma vida confortável para o animal, independentemente de sua condição de saúde.


Referências bibliográficas


  1. Mathews, K. A., Kronen, P. W., Lascelles, D., Nolan, A., Robertson, S., Steagall, P. V. M., Wright, B., & Yamashita, K. (2014). Guidelines for recognition, assessment and treatment of pain. Journal of Small Animal Practice, 55(6), E10-E68.


  2. Mills, D. S., Demontigny-Bédard, I., Gruen, M., Klinck, M. P., McPeake, K., Barcelos, A. M., & Lascelles, B. D. X. (2020). Pain and problem behavior in cats and dogs. Animals, 10(2), 318.


Sobre o autor

Dr. Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972) especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos. Fundador da Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Com anos de experiência em casos complexos, o Dr. Felipe e sua equipe oferecem tanto consultas presenciais quanto consultorias on-line, garantindo suporte personalizado para seu pet, onde você estiver.


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