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Foto do escritorFelipe Garofallo

Células-tronco em cães podem causar câncer?

A utilização de células-tronco na medicina veterinária tem se mostrado uma área promissora, especialmente no tratamento de doenças crônicas e lesões em cães.



As células-tronco têm a capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células, o que as torna extremamente valiosas para a regeneração de tecidos danificados. No entanto, uma preocupação comum entre veterinários e tutores de animais de estimação é se existe a possibilidade de essas células causarem câncer em cães.


Até o momento, as pesquisas indicam que a terapia com células-tronco é, em grande parte, segura quando utilizada adequadamente. Estudos realizados em animais e humanos demonstram que, quando preparadas e aplicadas de maneira correta, as células-tronco não apresentam um risco significativo de indução de tumores.


A maioria dos estudos em cães tem focado em células-tronco mesenquimais (CTMs), que são comumente obtidas do tecido adiposo ou da medula óssea. Essas células têm mostrado um baixo potencial tumorigênico, ou seja, uma baixa capacidade de formar tumores.


Um estudo realizado por Black et al. (2007) investigou a segurança das células-tronco mesenquimais em cães com osteoartrite. Os resultados mostraram que a terapia não apenas melhorou significativamente a condição dos animais, mas também não levou ao desenvolvimento de neoplasias ao longo do período de acompanhamento. Outro estudo, conduzido por Vilar et al. (2014), acompanhou cães tratados com células-tronco por um período prolongado e também não encontrou evidências de formação de tumores.


No entanto, como em qualquer intervenção médica, existem riscos teóricos. A principal preocupação é que, em condições inadequadas, as células-tronco poderiam sofrer mutações genéticas ou ser contaminadas durante o processo de cultivo, aumentando o risco de formação de tumores. É por isso que a manipulação das células-tronco deve ser realizada em ambientes altamente controlados e por profissionais treinados.


Outro ponto relevante é a origem das células-tronco. Em humanos, há relatos de desenvolvimento de tumores associados ao uso de células-tronco embrionárias, que têm um maior potencial proliferativo. No entanto, essas células são raramente utilizadas na medicina veterinária devido às preocupações éticas e ao risco elevado.


Em conclusão, enquanto a terapia com células-tronco em cães tem demonstrado ser uma abordagem segura e eficaz para o tratamento de diversas condições, é essencial que sejam seguidos protocolos rigorosos de manipulação e aplicação.


A literatura atual sugere que, quando utilizada corretamente, a terapia com células-tronco não aumenta significativamente o risco de câncer em cães.


Referências bibliográficas


Black, L. L., Gaynor, J., Adams, C., Dhupa, S., Sams, A. E., Taylor, R., Harman, S., Gingerich, D. A., & Harman, R. (2007). Effect of adipose-derived mesenchymal stem and regenerative cells on lameness in dogs with chronic osteoarthritis of the coxofemoral joints: a randomized, double-blinded, multicenter, controlled trial. *Veterinary Therapeutics: Research in Applied Veterinary Medicine*, 8(4), 272-284.

Vilar, J. M., Batista, M., Morales, M., Santana, A., Cuervo, B., Rubio, M., Sopena, J., Carrillo, J. M., & Cugat, R. (2014). Assessment of the effect of intraarticular injection of autologous adipose-derived mesenchymal stem cells in osteoarthritic dogs using a double blinded placebo controlled clinical trial. *BMC Veterinary Research*, 10, 143.


Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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