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Foto do escritorFelipe Garofallo

Dexametasona em cães

A dexametasona é um glicocorticoide sintético amplamente utilizado na medicina veterinária, incluindo o tratamento de cães, devido às suas potentes propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras. Este medicamento é muitas vezes empregado para tratar uma variedade de condições que envolvem inflamação e respostas imunológicas exacerbadas.


No tratamento de doenças inflamatórias, a dexametasona é particularmente eficaz devido à sua capacidade de inibir a produção de mediadores inflamatórios como prostaglandinas e leucotrienos, bem como a supressão da função de leucócitos. Isso resulta em uma redução significativa da inflamação e dos sintomas associados, como dor, edema e hiperemia. A dexametasona é frequentemente usada em condições como artrite, alergias severas, dermatite atópica e doenças autoimunes, onde a modulação da resposta inflamatória é essencial para o controle dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida dos animais afetados.


Além das suas propriedades anti-inflamatórias, a dexametasona também possui potentes efeitos imunossupressores, o que a torna uma escolha eficaz no manejo de doenças autoimunes. Em cães, condições como lúpus eritematoso sistêmico, anemia hemolítica autoimune e trombocitopenia imunomediada podem ser tratadas com dexametasona para suprimir a resposta imunológica exagerada que caracteriza essas doenças.


A imunossupressão controlada pode ajudar a prevenir a destruição dos próprios tecidos do corpo, promovendo a estabilidade clínica e a remissão dos sintomas.


Na medicina veterinária, a dexametasona também é utilizada em situações de emergência, como choque anafilático, onde sua ação rápida pode ser crucial para salvar a vida do animal. Em tais casos, a administração intravenosa de dexametasona pode proporcionar alívio imediato dos sintomas, estabilizando a condição do cão até que outras intervenções possam ser implementadas.


A dexametasona pode ser administrada de várias maneiras, incluindo via oral, intravenosa, intramuscular e tópica, dependendo da condição tratada e da gravidade dos sintomas. A dosagem e a duração do tratamento são cuidadosamente ajustadas pelo veterinário para equilibrar a eficácia terapêutica com a minimização dos efeitos colaterais. É importante que o uso de dexametasona seja monitorado de perto, pois o uso prolongado pode levar a efeitos adversos significativos.


Entre os efeitos colaterais mais comuns associados ao uso de dexametasona em cães estão a polidipsia (aumento da sede) e a poliúria (aumento da produção de urina). Além disso, o uso prolongado pode resultar em efeitos mais graves, como imunossupressão prolongada, que aumenta a suscetibilidade a infecções, úlceras gastrointestinais, hepatomegalia, diabetes mellitus e síndrome de Cushing iatrogênica. Este último ocorre devido à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando à produção excessiva de cortisol endógeno.


Devido a esses potenciais efeitos adversos, o desmame gradual da dexametasona é essencial após tratamentos prolongados, para permitir a recuperação da função adrenal normal. Este processo de desmame deve ser feito sob a supervisão de um veterinário, que ajustará a dosagem de maneira a evitar crises de insuficiência adrenal.


Em conclusão, a dexametasona é uma ferramenta valiosa na medicina veterinária para o tratamento de uma ampla gama de condições inflamatórias e autoimunes em cães. Sua eficácia e versatilidade a tornam indispensável no manejo de doenças que envolvem inflamação severa e respostas imunológicas exacerbadas.


No entanto, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado para evitar efeitos adversos significativos, e o desmame gradual é essencial para tratamentos prolongados. A abordagem cuidadosa e supervisionada no uso da dexametasona pode proporcionar alívio significativo dos sintomas e uma melhoria substancial na qualidade de vida dos cães tratados.


Referências bibliográficas


Baneux, P. J., & Foster, S. F. (2003). Glucocorticoids in small animal practice. Australian Veterinary Practitioner, 33(2), 61-66.


Graham-Mize, C. A., & Rosser, E. J. (2004). Comparison of the efficacy and safety of oral prednisone and prednisolone in the treatment of dogs with inflammatory and immune-mediated diseases. Journal of the American Veterinary Medical Association, 224(6), 877-880.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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