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Foto do escritorFelipe Garofallo

Displasia coxofemoral em Bernese Mountain Dog

A displasia coxofemoral é uma condição ortopédica comum em cães, caracterizada pela formação anormal da articulação do quadril. Essa condição é particularmente prevalente em raças de grande porte, como o Bernese Mountain Dog, devido a fatores genéticos e anatômicos que predispõem esses animais a problemas articulares.



A displasia coxofemoral é uma doença hereditária e multifatorial, resultando em uma incongruência entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, que pode levar a dor, inflamação, degeneração progressiva e osteoartrite. Os cães da raça Bernese Mountain Dog, devido ao seu tamanho e crescimento rápido, apresentam um risco elevado para o desenvolvimento dessa patologia, especialmente se não forem tomados cuidados preventivos adequados.


A condição geralmente se manifesta nos primeiros meses de vida, mas os sinais clínicos podem variar amplamente, desde sintomas leves a severos. Em cães jovens, a displasia coxofemoral pode ser percebida por meio de claudicação, dificuldade para se levantar ou correr, relutância em subir escadas ou pular e andar com um "andar de coelho" (onde os membros posteriores se movem simultaneamente). Nos cães mais velhos, a doença é frequentemente acompanhada de osteoartrite, o que agrava ainda mais os sinais clínicos e a qualidade de vida do animal.


Fatores genéticos desempenham um papel crucial na displasia coxofemoral. No Bernese Mountain Dog, a hereditariedade é um fator determinante, o que significa que cães com parentes que possuem displasia têm maior probabilidade de desenvolver a doença.


A seleção genética de reprodutores livres de displasia é uma estratégia recomendada para reduzir a prevalência da doença na raça. Além dos fatores genéticos, aspectos ambientais também influenciam o desenvolvimento da displasia coxofemoral. O excesso de peso e a prática inadequada de exercícios durante o crescimento do cão podem piorar a condição. Assim, é fundamental que os proprietários de cães dessa raça garantam uma dieta balanceada e controle de peso adequado, bem como atividades físicas moderadas para evitar sobrecarga nas articulações em desenvolvimento.


O diagnóstico da displasia coxofemoral é realizado por meio de avaliação clínica e exames radiográficos. A radiografia do quadril é o método mais utilizado para avaliar o grau de incongruência da articulação e a presença de sinais de osteoartrite. Em cães jovens, pode ser necessário repetir os exames radiográficos em diferentes idades para monitorar a progressão da doença. Existem sistemas de classificação, como o método Norberg-Olsson, que são empregados para padronizar a avaliação radiográfica e auxiliar na seleção de reprodutores.


O tratamento para displasia coxofemoral pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da gravidade dos sintomas e do estágio da doença. As abordagens conservadoras incluem controle do peso, fisioterapia, uso de anti-inflamatórios e condroprotetores para aliviar a dor e retardar a progressão da osteoartrite.


A fisioterapia é particularmente útil, pois fortalece os músculos ao redor do quadril e melhora a estabilidade da articulação. Em casos mais graves, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. As opções cirúrgicas variam de acordo com a idade e o tamanho do cão, assim como o grau de lesão articular. Para cães mais jovens, a sinfisiodese púbica juvenil e a osteotomia dupla do quadril são intervenções que visam corrigir a formação anormal da articulação antes que ocorra a osteoartrite.


Proprietários de Bernese Mountain Dogs devem estar cientes dos sinais precoces da displasia coxofemoral e buscar orientação veterinária caso observem qualquer alteração na marcha ou comportamento do cão. A prevenção é fundamental e inclui a escolha de reprodutores livres de displasia, o controle do crescimento e do peso, além de uma dieta e prática de exercícios adequados.


Referências bibliográficas


- Fossum, T. W. (2018). *Small Animal Surgery Textbook.* 5th ed. Elsevier.

- Smith, G. K., et al. (2019). "Hip Dysplasia: Diagnosis and Therapy." *Journal of Veterinary Orthopedics*, 17(2), 112-125.


Sobre o autor



Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 

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