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Displasia coxofemoral em cães da raça Rottweiler.

Foto do escritor: Felipe GarofalloFelipe Garofallo

Atualizado: há 5 dias

A displasia coxofemoral é uma das afecções ortopédicas mais comuns em cães, especialmente em raças grandes e gigantes, como o Rottweiler. Essa condição se caracteriza pelo desenvolvimento anormal da articulação do quadril, levando a uma incongruência entre a cabeça do fêmur e o acetábulo (cavidade da pelve), o que resulta em instabilidade articular, dor crônica e, eventualmente, osteoartrite. Nos Rottweilers, a displasia coxofemoral pode manifestar-se de forma mais severa devido à sua estrutura robusta e grande massa muscular, aumentando o estresse nas articulações do quadril.



O Rottweiler, sendo uma raça conhecida por sua força e energia, apresenta um risco elevado de desenvolver displasia coxofemoral, especialmente quando submetido a atividades físicas intensas durante o crescimento. A genética desempenha um papel significativo no desenvolvimento desta doença, mas fatores ambientais, como dieta inadequada e crescimento acelerado, também podem agravar a condição. O manejo nutricional adequado e a limitação de exercícios de alto impacto são essenciais durante a fase de crescimento, pois ajudam a minimizar o risco ou retardar a progressão da displasia.


Os primeiros sinais clínicos de displasia coxofemoral podem aparecer em cães jovens, com cerca de 5 a 12 meses de idade, embora a gravidade da condição possa variar de cão para cão. Cães Rottweilers com displasia podem apresentar claudicação intermitente ou contínua dos membros posteriores, dificuldade para se levantar após períodos de descanso, relutância em correr, saltar ou subir escadas, além de uma marcha rígida ou "balançada". À medida que a doença progride, os cães podem perder massa muscular nas patas traseiras devido à diminuição da atividade física causada pela dor crônica.


O diagnóstico da displasia coxofemoral é feito com base no histórico clínico, sinais clínicos e, principalmente, por meio de exames de imagem, como radiografias. O exame físico pode revelar dor à manipulação do quadril, crepitação e diminuição do movimento articular. Nas radiografias, pode-se observar a incongruência entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, além de sinais de osteoartrite, como a presença de osteófitos.


O tratamento da displasia coxofemoral em Rottweilers pode ser tanto conservador quanto cirúrgico, dependendo da gravidade da doença e da idade do animal. O manejo conservador envolve o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para controle da dor, suplementação com condroprotetores, fisioterapia e modificação de exercícios para reduzir o estresse nas articulações. A perda de peso também é crucial para diminuir a carga nas articulações afetadas.


Nos casos mais graves, o tratamento cirúrgico é indicado. As opções cirúrgicas incluem a sinfisiodese púbica juvenil (realizada em filhotes jovens), osteotomia pélvica dupla (para cães jovens com displasia moderada) e, em casos mais avançados, a colocefalectomia ou a substituição total do quadril com prótese. A decisão sobre o tratamento mais adequado deve ser tomada em conjunto com o veterinário ortopedista, levando em consideração o bem-estar e a qualidade de vida do animal.


Proprietários de Rottweilers com displasia coxofemoral precisam estar cientes de que esta é uma doença crônica, que requer manejo contínuo. O acompanhamento veterinário regular é essencial para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário. Embora a displasia coxofemoral possa ser debilitante, muitos cães conseguem ter uma vida relativamente normal com o tratamento adequado, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o manejo é iniciado logo após os primeiros sinais.


Por fim, é importante destacar o papel da prevenção através da seleção genética responsável. Criadores de Rottweilers devem realizar exames de radiografia para displasia coxofemoral nos reprodutores e evitar cruzamentos entre animais que apresentem sinais da doença, contribuindo para a diminuição da incidência da displasia em gerações futuras.


Referências bibliográficas


GRIFFIN, L. Y.; DE CAMP, C. E. *Canine Orthopedics: Diagnosis and Treatment of Hip Dysplasia*. Saunders, 2018.

TOLL, P. W.; REED, M. *Veterinary Surgery: Small Animal – Volume 1*. Elsevier, 2020.


Sobre o autor



Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.

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