Epifisiólise femoral felina, deslizamento da epífise femoral proximal felina, displasia fiseal.
Definição
A displasia fiseal felina, também conhecida como epifisiólise femoral felina ou deslizamento da epífise femoral proximal felina é uma doença ortopédica que ocorre em gatos pelo resultado do enfraquecimento da epífise proximal do fêmur¹.
Nos pacientes acometidos por essa doença, o deslizamento da epífise femoral poderá ocorrer em um ou ambos os lados do quadril, resultando em uma fratura espontânea da região proximal do fêmur, sem histórico anterior de trauma¹.
Etiologia (causa)
As causas para a displasia fiseal felina ainda não estão completamente elucidadas, entretanto, algumas hipóteses como fatores hereditários, crescimento rápido, sobrepeso e obesidade, castração precoce, além de alterações hormonais são descritas em literatura¹.
Predisposição racial
A displasia fiseal felina ocorre com maior predisposição em gatos como o Maine Coon e o Siamês¹, embora essa doença possa acometer gatos de outras raças e até mesmo sem raça definida.
Sinais clínicos (sintomas)
- Dor nos membros pélvicos durante a manipulação pelo tutor.
- Relutância ao exercício.
- Relutância para pular ou subir em locais altos.
- Claudicação (mancar) intermitente em membros pélvicos (traseiros), que pode ser pior em um dos lados.
Diagnóstico
A displasia fiseal felina ainda é uma doença pouco diagnosticada, principalmente pela capacidade dos felinos em mascarar a dor e o desconforto. O diagnóstico definitivo pode ser obtido através da radiografia de quadril por projeções ortogonais.
Durante o exame físico realizado pelo médico-veterinário, a dor ao realizar movimentos de rotação, abdução e extensão da articulação coxofemoral podem estar presente.
Tratamento
Existem relatos de pacientes tratados com a redução das fraturas causadas pelo enfraquecimento da fise com a fixação por implantes ósseos, embora o tratamento para a displasia fiseal felina apresente bons resultados para pacientes submetidos à colocefalectomia ou aplicação da prótese total de quadril.
Prognóstico
O prognóstico nesses pacientes é bom, quando diagnosticados de forma correta e submetidos ao tratamento cirúrgico adequado. Os pacientes podem ainda se beneficiar do tratamento fisioterápico após o procedimento cirúrgico.
Referências bibliográficas
1. Moi, Tryssia & Pires, Marco & Yamauchi, Kelly & Dias, Luis Gustavo & Minto, Bruno. (2021). Capital femoral physeal dysplasia in cats submited to ostectomy of the femoral head and neck. Ciência Rural. 51. 10.1590/0103-8478cr20200418.
2. Burke, Julie. (2003). Physeal dysplasia with slipped capital femoral epiphysis in a cat. The Canadian veterinary journal. La revue vétérinaire canadienne. 44. 238-9.
3. Grayton, J. & Allen, P. & Biller, David. (2014). Case report: Proximal femoral physeal dysplasia in a cat and a review of the literature. Israel Journal of Veterinary Medicine. 69. 40-44.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.