top of page
Foto do escritorFelipe Garofallo

Luxação de Patela em Schnauzer Miniatura

A luxação de patela é uma condição ortopédica comum em cães, especialmente em raças pequenas, como o Schnauzer Miniatura. Essa condição ocorre quando a patela, um pequeno osso localizado na articulação do joelho, se desloca de sua posição normal na tróclea femoral, comprometendo a estabilidade da articulação.



Essa luxação pode ser medial, quando a patela se desloca para o lado interno do joelho, ou lateral, quando se desloca para o lado externo. No caso do Schnauzer Miniatura, a luxação medial é a forma mais frequentemente observada.


Os cães Schnauzer Miniatura apresentam uma predisposição genética para essa condição devido à conformação anatômica de suas patas traseiras. A combinação de uma estrutura óssea estreita e de uma musculatura menos desenvolvida pode resultar em uma predisposição para a formação inadequada da tróclea femoral, tornando-a rasa e incapaz de manter a patela em sua posição.


Além disso, a tensão anormal nos ligamentos e tendões que estabilizam a patela pode agravar a condição. A luxação de patela pode ser classificada em quatro graus de gravidade, sendo o grau I o menos severo, no qual a patela sai do lugar apenas sob pressão manual, e o grau IV o mais grave, no qual a patela está permanentemente fora da tróclea femoral.


Os sinais clínicos variam dependendo do grau de luxação. Nos casos leves, o cão pode apresentar claudicação intermitente, com episódios em que pulam sobre três patas ou evitam apoiar o membro afetado. Em graus mais avançados, a dor e a instabilidade articular são mais evidentes, resultando em claudicação persistente e desgaste das articulações, como a articulação do joelho. Em cães com luxação crônica e grave, a artrose pode se desenvolver devido ao atrito constante entre a patela e o fêmur.


O diagnóstico de luxação de patela é geralmente feito com base no histórico clínico do cão e em um exame físico ortopédico. Durante o exame, o veterinário pode manipular a patela para avaliar o grau de luxação e determinar se ela se desloca facilmente da tróclea femoral. Exames complementares, como radiografias, são essenciais para avaliar a estrutura óssea, identificar anormalidades associadas e planejar o tratamento cirúrgico, se necessário.


O tratamento da luxação de patela em Schnauzers Miniatura depende da gravidade da condição e dos sinais clínicos apresentados pelo cão. Nos casos leves, onde o grau de luxação é baixo e o cão apresenta poucos sintomas, o manejo conservador pode ser eficaz. Isso inclui fisioterapia, controle de peso para reduzir a carga sobre as articulações e o uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar a dor e a inflamação.


No entanto, em graus mais avançados, ou quando há falha do tratamento conservador, a intervenção cirúrgica se torna necessária. Existem várias técnicas cirúrgicas para corrigir a luxação de patela, como a trocleoplastia, a osteotomia de transposição da tuberosidade tibial e o reforço dos tecidos moles ao redor do joelho para estabilizar a articulação.


A cirurgia geralmente proporciona um bom prognóstico para cães com luxação de patela, especialmente quando realizada em estágios iniciais da doença. O sucesso do tratamento depende da seleção adequada da técnica cirúrgica, da experiência do cirurgião e do seguimento pós-operatório.


Após a cirurgia, é fundamental seguir um protocolo de reabilitação, que pode incluir sessões de fisioterapia e restrição de atividades para permitir a cicatrização adequada dos tecidos. Em muitos casos, a combinação de tratamento cirúrgico com fisioterapia pós-operatória melhora significativamente a função do membro e reduz a chance de recidiva.


A luxação de patela em Schnauzers Miniatura, portanto, é uma condição que requer atenção especializada e um plano de tratamento individualizado. A intervenção precoce é essencial para prevenir o agravamento dos sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida para o cão. Cuidar do peso corporal e proporcionar atividades físicas regulares, mas controladas, são práticas importantes para a prevenção e manejo dessa condição.


Referências bibliográficas


Fossum, T.W. (2013). *Small Animal Surgery*. 4ª ed. Elsevier.

Piermattei, D.L., & Flo, G.L. (2006). *Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair*. 4ª ed. Saunders.


Sobre o autor



Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 




3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Que tal receber grátis mais artigos incríveis como esse?

Obrigado(a)!

bottom of page