Os antioxidantes desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde articular dos animais, especialmente em condições inflamatórias e degenerativas, como a osteoartrite.

Essas substâncias combatem o estresse oxidativo, um processo prejudicial que ocorre devido ao acúmulo de radicais livres, moléculas instáveis que podem danificar células e tecidos. Quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los, ocorre um aumento da inflamação e da degeneração articular.
Os radicais livres são subprodutos naturais do metabolismo celular, mas sua produção excessiva pode ser desencadeada por fatores como idade avançada, obesidade, inflamações crônicas, lesões articulares e até mesmo exercícios de alto impacto. No contexto das articulações, a presença contínua dessas moléculas pode levar à degradação da cartilagem, perda de lubrificação sinovial e aumento da dor e da rigidez. É nesse cenário que os antioxidantes entram como agentes protetores.
Os antioxidantes atuam de diversas formas para preservar a integridade das articulações. Primeiramente, eles ajudam a neutralizar os radicais livres, impedindo que causem danos às células da cartilagem e do líquido sinovial. Além disso, algumas dessas substâncias têm propriedades anti-inflamatórias, reduzindo a liberação de mediadores inflamatórios que agravam a destruição articular.
Entre os antioxidantes mais estudados para a saúde articular dos animais, destacam-se as vitaminas C e E, a coenzima Q10, o selênio e compostos polifenólicos presentes em extratos vegetais.
A vitamina C, por exemplo, é essencial para a síntese de colágeno, proteína fundamental para a estrutura da cartilagem articular. Além disso, sua ação antioxidante protege os condrócitos, células responsáveis pela manutenção da cartilagem, contra o estresse oxidativo. Já a vitamina E tem um papel crucial na estabilização das membranas celulares e na redução da inflamação, ajudando a retardar a progressão da osteoartrite.
Outro antioxidante de destaque é a coenzima Q10, que participa da produção de energia celular e tem um efeito protetor sobre as células da cartilagem, reduzindo os efeitos deletérios dos radicais livres. O selênio, um mineral essencial, também atua como um poderoso antioxidante, sendo um cofator da enzima glutationa peroxidase, que auxilia na neutralização de espécies reativas de oxigênio. Além disso, compostos polifenólicos, como os flavonoides presentes no chá verde e na cúrcuma, apresentam propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem contribuir para a proteção articular.
Estudos demonstram que a suplementação com antioxidantes pode ser uma estratégia eficaz para reduzir a progressão da osteoartrite e melhorar a qualidade de vida dos animais afetados. Além disso, a inclusão de alimentos ricos em antioxidantes na dieta pode ter um impacto positivo na manutenção da saúde articular a longo prazo. No entanto, é importante que a suplementação seja feita sob orientação veterinária, uma vez que o excesso de certos antioxidantes pode ter efeitos adversos.
Em resumo, os antioxidantes exercem um papel essencial na proteção das articulações dos animais, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação, fatores que contribuem para a degeneração articular. A utilização desses compostos, seja por meio da dieta ou de suplementação, pode auxiliar na manutenção da mobilidade e na prevenção de doenças articulares, garantindo melhor qualidade de vida para os animais.
Referências bibliográficas:
McIlwraith, C. W., Frisbie, D. D., Kawcak, C. E., & van Weeren, P. R. (2012). Joint Disease in the Horse. Elsevier Health Sciences.
Comblain, F., Dubuc, J. E., Lambert, C., & Henrotin, Y. (2016). Nutraceuticals in the management of osteoarthritis: a critical review of their efficacy. Nutrients, 8(1), 53.
Sobre o autor

Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)97522-5102.
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