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Foto do escritorFelipe Garofallo

Perguntas frequentes sobre ruptura de ligamento cruzado em cães

A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das lesões mais comuns e preocupantes para os tutores de cães, especialmente em raças de médio e grande porte.


O ligamento cruzado cranial desempenha um papel essencial na estabilidade da articulação do joelho, impedindo o movimento excessivo da tíbia em relação ao fêmur e controlando a rotação do joelho. Quando esse ligamento se rompe, a estabilidade articular é comprometida, levando a dor, claudicação e, se não tratada, à progressão da osteoartrite.



Uma das perguntas mais frequentes dos tutores é como identificar a ruptura do ligamento cruzado. Os sinais mais comuns incluem claudicação de um dos membros traseiros, dificuldade para subir escadas ou se levantar, relutância em realizar atividades que antes eram normais e, em casos mais graves, a incapacidade de apoiar a pata afetada. O diagnóstico é realizado por um veterinário, que pode usar testes clínicos como o teste de gaveta ou o teste de compressão tibial para avaliar a estabilidade do joelho. Em muitos casos, exames de imagem, como radiografias, são necessários para avaliar a extensão da lesão e possíveis complicações secundárias, como a osteoartrite.


Outro questionamento comum é sobre as opções de tratamento. A cirurgia é geralmente considerada o tratamento padrão para a RLCCr, especialmente em cães de médio e grande porte, devido à biomecânica do joelho desses animais. Entre as técnicas mais utilizadas está a osteotomia de nivelamento do platô tibial (TPLO).


Esse procedimento não substitui o ligamento rompido, mas ajusta o ângulo do platô tibial, eliminando a necessidade do ligamento cruzado para estabilizar o joelho durante o movimento. Outras técnicas, como a sutura extracapsular, podem ser indicadas para cães menores ou em casos específicos, dependendo das características do animal e da recomendação do ortopedista veterinário.


Os tutores também costumam perguntar sobre o tempo de recuperação e o que esperar no pós-operatório. A recuperação de uma cirurgia de RLCCr exige dedicação por parte dos tutores, pois o período pós-operatório é fundamental para o sucesso do tratamento. Nos primeiros dias, o animal deve permanecer em repouso absoluto, com movimentação restrita e o uso de medicações para controle da dor e inflamação.


Após a fase inicial, é introduzida a fisioterapia para recuperar a força muscular e melhorar a mobilidade. Geralmente, o cão retorna a um nível de atividade próximo ao normal em 3 a 6 meses, dependendo de fatores como idade, peso, porte e adesão ao protocolo de reabilitação.


Outra dúvida frequente é sobre o impacto financeiro da cirurgia. O custo da intervenção inclui a avaliação inicial, exames de imagem, a cirurgia propriamente dita, medicamentos e sessões de fisioterapia. Apesar de ser um investimento significativo, o benefício a longo prazo para o cão, em termos de qualidade de vida e alívio da dor, faz valer a pena. Além disso, atrasar o tratamento pode levar a complicações mais graves, como o desgaste articular severo, que pode exigir intervenções mais complexas no futuro.


Por fim, os tutores procuram saber se é possível prevenir a ruptura do ligamento cruzado. Embora fatores genéticos desempenhem um papel importante, a prevenção envolve manter o cão em um peso saudável, evitar atividades de alto impacto em raças predispostas e garantir exercícios regulares para fortalecer os músculos que suportam as articulações. Reconhecer os sinais precocemente e buscar ajuda veterinária são passos essenciais para minimizar o impacto da lesão.


A cirurgia de ligamento cruzado é um procedimento eficaz que, quando realizado por profissionais qualificados, pode devolver ao cão uma vida sem dor e com mobilidade plena. O comprometimento do tutor durante o processo de recuperação é fundamental para alcançar o melhor resultado possível.


Referências bibliográficas:


  1. Piermattei, D. L., Flo, G. L., & DeCamp, C. E. (2006). Handbook of Small Animal Orthopedics and Fracture Repair. Elsevier Health Sciences.

  2. Johnson, A. L., & Houlton, J. E. F. (2012). Veterinary Surgery: Small Animal. Wiley-Blackwell.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102.

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