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Foto do escritorFelipe Garofallo

Prometazina em cães

A prometazina é um fármaco amplamente utilizado na medicina veterinária, particularmente em cães, devido às suas propriedades anti-histamínicas, sedativas, antieméticas e anticolinérgicas.



Originalmente desenvolvida para uso humano, a prometazina tem demonstrado ser uma ferramenta valiosa no manejo de várias condições em cães, embora seu uso deva ser cuidadosamente monitorado e adaptado às necessidades específicas de cada animal.


A prometazina pertence à classe dos anti-histamínicos de primeira geração, bloqueando os receptores H1 da histamina. Esta ação é particularmente útil no tratamento de reações alérgicas em cães, como dermatite alérgica, urticária e angioedema. As reações alérgicas em cães podem ser desencadeadas por uma variedade de fatores, incluindo picadas de insetos, alimentos, medicamentos e alérgenos ambientais. Ao bloquear a ação da histamina, a prometazina ajuda a reduzir a inflamação, prurido e outros sintomas associados às reações alérgicas.


Além de suas propriedades anti-histamínicas, a prometazina é conhecida por seu efeito sedativo. Esta característica torna-a útil em situações onde a sedação leve a moderada é desejada, como antes de procedimentos veterinários menores ou durante viagens, para reduzir a ansiedade e o estresse do animal. No entanto, é importante que os veterinários ajustem a dosagem com cuidado, pois a sedação excessiva pode levar a complicações, incluindo depressão respiratória.


A prometazina também é utilizada como antiemético, prevenindo e tratando náuseas e vômitos em cães. Este efeito é particularmente benéfico em casos de enjoo por movimento, gastroenterite, ou após a administração de certos medicamentos que podem induzir náuseas. A ação antiemética da prometazina é mediada pela sua capacidade de bloquear os receptores dopaminérgicos no centro de vômito do cérebro, bem como os receptores H1, que também podem estar envolvidos na emese.


Outro aspecto importante da prometazina é sua atividade anticolinérgica, que pode ajudar a reduzir a secreção salivar e bronquial, além de proporcionar um efeito broncodilatador leve. Estas propriedades podem ser vantajosas no manejo de certas condições respiratórias, embora o uso prolongado ou em altas doses possa levar a efeitos adversos, como boca seca, retenção urinária e constipação.


Apesar dos benefícios terapêuticos da prometazina, seu uso em cães deve ser cuidadosamente monitorado devido ao risco de efeitos colaterais e toxicidade. Os efeitos colaterais mais comuns incluem sedação excessiva, letargia, hipotensão, boca seca, e, em alguns casos, efeitos paradoxais, como agitação e hiperexcitabilidade. Em doses elevadas, a prometazina pode causar depressão respiratória, convulsões, e até mesmo coma. Portanto, a dosagem deve ser ajustada com base no peso, idade, e condição geral de saúde do animal, e o uso prolongado deve ser evitado.


A prometazina não deve ser usada em cães com hipersensibilidade conhecida ao fármaco ou a outros anti-histamínicos de primeira geração. Além disso, deve ser administrada com cautela em cães com glaucoma, retenção urinária, hipertrofia prostática, ou doenças cardiovasculares, devido aos seus efeitos anticolinérgicos e sedativos.


A administração de prometazina em cães deve ser sempre supervisionada por um veterinário, que poderá determinar a dose adequada e monitorar o animal quanto a possíveis efeitos adversos. A administração oral é a via mais comum, mas a prometazina também pode ser administrada por via intramuscular ou intravenosa em situações específicas, onde uma ação mais rápida é necessária.


A prometazina é um medicamento versátil e eficaz no manejo de uma variedade de condições em cães, desde reações alérgicas a náuseas e ansiedade. No entanto, seu uso requer uma abordagem cuidadosa e individualizada, levando em consideração as necessidades e a saúde geral de cada animal. O acompanhamento veterinário é essencial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento, minimizando os riscos de efeitos adversos e toxicidade.


Referências bibliográficas

1. Boothe, D. M. (2012). Small Animal Clinical Pharmacology and Therapeutics. Elsevier Health Sciences.

2. Plumb, D. C. (2018). Plumb's Veterinary Drug Handbook. Wiley-Blackwell.


Sobre o autor


Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.

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