A mobilidade é um aspecto essencial para a qualidade de vida de qualquer cão. Os cães dependem de sua capacidade de se mover livremente para desempenhar uma variedade de atividades, desde correr e brincar até simplesmente caminhar para suas tigelas de comida ou água.
Quando um cão começa a apresentar dificuldades de locomoção, isso pode ser um sinal de que algo está errado e que a intervenção médica é necessária. Identificar quando procurar ajuda para um cão com dificuldades de locomoção pode ser crucial para evitar a progressão de problemas mais graves e garantir que o animal receba o tratamento adequado o mais rápido possível.
Dificuldades de locomoção podem manifestar-se de várias formas. O cão pode começar a mancar, ter dificuldade para levantar-se após descansar, evitar subir escadas ou entrar no carro, ou ainda apresentar rigidez ou fraqueza nas patas. Em alguns casos, o animal pode mostrar sinais de dor, como choramingar, lamber ou morder as patas, ou relutar em realizar atividades que anteriormente gostava. Essas mudanças no comportamento e nas capacidades físicas do cão não devem ser ignoradas, pois podem indicar uma variedade de condições subjacentes, desde lesões agudas, como entorses ou fraturas, até doenças crônicas, como artrite, displasia coxofemoral ou rupturas de ligamentos.
Um dos sinais mais comuns de que é hora de procurar ajuda é quando o cão apresenta uma diminuição súbita na capacidade de movimentar-se. Isso pode ser o resultado de uma lesão, como um estiramento muscular ou um trauma, que requer avaliação imediata por um veterinário. A intervenção precoce pode evitar que o problema se agrave e pode permitir que o cão retorne à sua rotina normal mais rapidamente. Além disso, condições mais graves, como a ruptura de ligamento cruzado cranial, são extremamente dolorosas e comprometem seriamente a mobilidade do animal, necessitando de atenção veterinária urgente.
Outro momento crítico para procurar ajuda é quando o cão começa a apresentar uma progressiva diminuição na mobilidade, sem causa aparente. Isso pode indicar o desenvolvimento de uma condição crônica, como a osteoartrite, que é comum em cães mais velhos e em raças predispostas. A osteoartrite é uma doença degenerativa das articulações que causa dor, inflamação e perda de função articular. Embora não haja cura, o manejo adequado, incluindo medicamentos, terapias alternativas e mudanças na dieta e no estilo de vida, pode melhorar significativamente a qualidade de vida do cão.
Além disso, algumas doenças neurológicas também podem causar dificuldades de locomoção. Cães que mostram sinais de fraqueza nas patas, arrastamento dos membros ou perda de coordenação devem ser avaliados por um veterinário, pois esses sintomas podem indicar problemas na coluna vertebral, como hérnias de disco, ou outras condições neurológicas que requerem tratamento especializado.
O peso excessivo também é um fator que pode contribuir para dificuldades de locomoção. Cães obesos são mais propensos a desenvolver problemas articulares e a sofrer lesões musculoesqueléticas. Se o seu cão está com sobrepeso e apresenta dificuldades para se mover, é importante procurar ajuda veterinária para desenvolver um plano de perda de peso que inclua dieta, exercícios e, se necessário, intervenções médicas.
Por fim, cães mais velhos frequentemente sofrem de uma diminuição geral na mobilidade devido ao envelhecimento. No entanto, isso não significa que a perda de mobilidade deva ser simplesmente aceita como parte do envelhecimento. Muitas vezes, o tratamento pode aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida, permitindo que o cão idoso continue ativo e confortável. Portanto, se o seu cão idoso começar a ter dificuldades para se levantar, caminhar ou realizar atividades diárias, é fundamental procurar orientação veterinária.
Em resumo, sempre que um cão apresentar qualquer alteração em sua capacidade de locomoção, é importante procurar ajuda veterinária. Isso garantirá que qualquer condição subjacente seja diagnosticada e tratada o mais cedo possível, minimizando o desconforto e evitando complicações futuras. O monitoramento atento e a resposta rápida às mudanças na mobilidade do seu cão são essenciais para garantir que ele tenha uma vida longa, saudável e feliz.
Referências bibliográficas
1. Johnston, S. A., & Tobias, K. M. (2012). *Veterinary Surgery: Small Animal*. Elsevier.
2. Fossum, T. W. (2013). *Small Animal Surgery*. Mosby.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta presencial pelo whatsapp (11)91258-5102 ou uma consultoria on-line por vídeo.
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