A subluxação atlanto-axial ocorre quando há instabilidade (movimento em excesso) entre as duas primeiras vértebras cervicais em cães (Atlas e Axis).
Predisposição racial
A instabilidade atlanto-axial é mais comum em cães jovens de raça pequena, como Yorkshire, Poodle, Spitz Alemão, Chihuahuas, entretanto, os cães de raça grande e felinos também podem ser acometidos.
As subluxações atlanto-axial com origem traumáticas podem ocorrer em pacientes de qualquer raça e idade.
Etiologia (causa)
A subluxação atlanto-axial pode ser congênita (referente ao desenvolvimento) ou traumática. (geralmente consequência de uma flexão forçada do pescoço). Nos casos traumáticos, os ligamentos que estabilizam a articulação podem estar rompidos, ou mesmo a subluxação ser consequência de uma fratura do processo odontóide (dente do Áxis), extensão do corpo da segunda vértebra cervical, responsável por articular com o arco anterior do Atlas (primeira vértebra).
Sinais clínicos (sintomas)
Os sinais clínicos da subluxação atlanto-axial dependem do grau de compressão da medula espinal, e podem incluir:
Dor e/ou rigidez no pescoço.
Fraqueza nos membros.
Andar cambaleante.
Incapacidade em ficar em pé.
Incapacidade de movimentar os membros.
Diagnóstico
A radiografia com sedação, poderá mostrar o desalinhamento e o espaço anormal entre as duas primeiras vértebras cervicais.
Entretanto, a tomografia computadorizada ou ressonância magnética são exames mais precisos para o diagnóstico, assim como avaliação da existência e do grau de compressão medular.
Tratamento
Aos apresentar sinais clínicos (sintomas) leves, a terapia medicamentosa com o uso de esteróides, analgésicos poderá ser uma tentativa. O pescoço nesses casos também deverá ser imobilizado, seja com uma órtese ou colete.
Entretanto, a terapia conservadora é ineficaz na maioria dos casos, principalmente quando os sinais clínicos forem severos, e com risco de progressão da doença.
A cirurgia nesses casos é o tratamento de escolha, sendo a técnica cirúrgica mais realizada para estabilizar o pescoço a aplicação de parafusos com cimento ósseo, através do acesso ventral do pescoço para estabilizar o pescoço.
Referências bibliográficas
DENNY, H. & GIBBS, CHRISTINE & WATERMAN, AVRIL. (2008). Atlantoaxial subluxation in the dog: A review of thirty cases and an evaluation of treatment by lag screw fixation. Journal of Small Animal Practice. 29. 37 - 47. 10.1111/j.1748-5827.1988.tb02262.x.
Stalin, Catherine & Gutierrez-Quintana, Rodrigo & Faller, Kiterie & Guevar, Julien & Yeamans, C & Penderis, J. (2014). A review of canine atlantoaxial joint subluxation. Veterinary and comparative orthopaedics and traumatology : V.C.O.T. 28. 10.3415/VCOT-14-05-0064.
Sobre o autor
Felipe Garofallo é médico-veterinário (CRMV/SP 39.972), especializado em ortopedia e neurocirurgia de cães e gatos e proprietário da empresa Ortho for Pets: Ortopedia Veterinária e Especialidades. Agende uma consulta pelo whatsapp (11)91258-5102.